Sommelière
da Wine explica a importância da história dos vinhos de mesa para a cultura nacional,
e indica rótulos para celebrar os vinhos brasileiros.
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O Brasil possui uma história única no cultivo de vinhos. |
Colaboração
de texto e foto: Bruno Costa/Hercog
No
Dia do Descobrimento do Brasil, a Wine, o maior clube de assinatura de vinhos
do mundo, apresenta um fator curioso e singular do país: a importância dos
vinhos de mesa para a cultura e produção nacionais. “Os vinhos chegaram ao
Brasil pelas mãos dos colonizadores portugueses, mas certamente os demais povos
europeus também agregaram muito à cultura, consumo e produção de vinhos no
país”, aponta Cibele Siqueira, sommelière da Wine.
De
acordo com a especialista, entre as peculiaridades da produção brasileira de
vinhos está o fato de que somente no Brasil o vinho de mesa se destaca por ser
produzido a partir de uvas Vitis Labrusca, também conhecidas como uvas
americanas ou comuns. São uvas como a Bordô, a Isabel, a Niágara e a Concord,
que se apresentam mais robustas, resistentes a doenças e apresentam alta
produtividade, características que facilitam seu cultivo em larga escala. São
uvas que facilmente podem ser encontradas no mercado, também muito utilizadas para consumo e
produção de sucos.
No
cenário internacional, geralmente rotulado e conhecido como "table
wine", "vino di tavola" ou "Vin de France", o vinho de
mesa tem como base a uva Vitis Vinifera, a mesma utilizada na produção de
vinhos finos.
“Geralmente,
o vinho de mesa brasileiro é bastante frutado, aromático e, na maioria das
vezes, o escolhido é o suave, ou seja, aquele que se apresenta mais doce no
paladar e que também por ser acessível ao poder de compra do consumidor”, diz a
sommelière da Wine. Historicamente, o vinho de mesa no mundo era tido como um vinho de
qualidade inferior, ocupando a base da pirâmide hierárquica. Essa percepção, no
entanto, vem se modificando gradativamente. Na França, por exemplo, o Vin de
France vem ganhando destaque, com rótulos inovadores e ousados que desafiam as
regras tradicionais, demonstrando o potencial e a versatilidade dessa categoria.
No
Brasil, o vinho de mesa é um destaque cultural, sendo fundamental para a
vitivinicultura do Rio Grande do Sul, bem como a formação de cooperativas na
região. “Por ter essa característica de ser mais resistente, as raízes das
variedades Vitis Labrusca servem de porta-enxerto para a plantação das mudas de
uvas Vitis Vinífera (que dão origem aos vinhos mais finos do país), uma vez que
é mais resistente no solo devido à filoxera”, explica a sommelière.
Indicações de rótulos
nacionais
Atualmente,
os espumantes brasileiros acumulam medalhas e prêmios mundiais e são
considerados produtos em destaque na produção brasileira. O país segue
amadurecendo e sofisticando seus processos produtivos, aproveitando a
diversidade de climas e solos para produzir diversos estilos de uvas e vinhos.
Uma
boa sugestão para começar a apreciar os rótulos nacionais é experimentar
rótulos como o Ballade Cabernet Sauvignon, o Ballade Merlot ou Espumante
Ballade by Miolo Moscatel, que são produções da vinícola Miolo. Exemplares leves
e frutados, são boas sugestões para conhecer excelentes rótulos nacionais.
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