Vinífera Import traz para o Brasil, o vinho que Nero bebia quando tocou fogo em Roma
Mito.
Historicamente, é mais provável que Nero não tenha ateado fogo em Roma,
conforme intriga da oposição. Foi tudo Fake News. Mas, se tivesse ateado,
tocado lira e dançado, enquanto a cidade ardia, com certeza, estava tomando um
bom vinho.
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Nero não tocou fogo em Roma. Imagem Falsa,criada por IA. |
Imagens: Gabriela Simoes
Com certeza, também, o vinho seria da uva Nero de Troia, uma casta das mais tradicionais da Itália que, na época do controverso incêndio - 64 anos depois de Cristo -, já era uma tradição de mais de mil anos na Região da Puglia, o “calcanhar” da bota do mapa italiano. Mais familiarizado com vinhos produzidos no Chile e na Argentina com as castas francesas, o consumidor brasileiro tem, agora, a possiblidade de descobrir e contar com castas menos conhecidas por aqui como Nero Di Troia, entre tantas outras italianas, importadas pela Vinífera.
Com
orgulho, o CEO da Vinífera Import, Marco Stallone apresentou, junto com sommellier
Luciano Brandão, embaixador da marca na Bahia, alguns dos principais rótulos desta
região no Masterclass Puglia na Taça, no Restaurante Casa Iryna. Especializado
em alta gastronomia italiana, o restaurante harmonizou os vinhos com pratos,
cuidadosamente, elaborados elevando a experiência.
Na oportunidade, Stallone falou sobre as origens milenares da produção de vinhos na Puglia. O vinho da uva Nero di Troia é mencionado no livro XVIII da Ilíada, obra de Homero. Em outros escritos antigos é mencionado como um “vinho encorpado de Tróia”, consumido na corte de Frederico II de Svevia, imperador do Sagrado Romano Império. Esta cepa é cultivada na Puglia Superior há aproximadamente três mil anos.
De acordo com as lendas, um dos heróis gregos na Guerra de Tróia, Diomedes, após a guerra, ao desembarcar em Daunia (uma região da Puglia) decidiu parar em uma área que foi chamada Campi Diomedei e plantou ali alguns brotos de videira que trazia consigo. Atualmente, a Puglia é uma das regiões mais importantes para a Itália manter a liderança mundial na produção de vinhos em quantidade e qualidade.
Cada rótulo apresentado foi explicado e degustado com orientações sobre sensações visuais, olfativas e gustativas. A sequência começou com a casta Malvasia e suas variações Branco, Rosé e Tinto. A família Malvasia não é uma uva, mas um clâ de variedades que compartilham algumas características que se adaptaram de formas diferente ao longo dos séculos de cultivo.
O Malvasia Bianca IGT Salento foi o primeiro da noite. Um vinho fácil de beber, com bastante aroma floral, mas, sem ser enjoativo, como os vinhos com estas características. Perfeito para um wellcome drink e para acompanhar entradas e petiscos. Em seguida, foi degustado o Malvasia Rosa, um rosé singular, também bastante aromático, com sabor persistente e marcante para um rosé.
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Vinífera apreenta vinhos da Puglia para formadores de opinião. |
Entre os mais elogiados esteve o Stallone Susumaniello, da Cantina Sociale di Manduria. O nome da uva, Susumaniello vem do dialeto local e faz referência a alta produtividade. Somarello (jeguinho), porque seus grandes cachos se assemelham ao peso que um jumento carregaria. Autóctone e conhecida como a joia da Puglia, essa uva quase desapareceu e ficou conhecida como a uva esquecida.
Segundo Stallone, quando jovem a Susumaniello tem uma boa produção, mas após 30 anos começa a diminuir bastante, comprometendo o rendimento. Além disto, ela é da mesma região das uvas Negroamaro e Primitivo que dão nome à região e são bem mais comerciais.
Em seguida, degustamos o Nero Di Troia (IGT Puglia), da Capuzzimati, indicado para quem aprecia tintos encorpados. A Nero de Troia é uma uva forte e elegante que dá vinhos estruturados, aromático e com grande potencial de envelhecimento, representando uma alternativa às mais conhecidas, como a Primitivo e a Negroamaro. Para muitos, é outra joia escondida da Puglia.
O encerramento ficou por conta do Stallone Primitivo di Manduria (DOC), também da Cantina Sociale di Manduria, um exemplar emblemático. O Primitivo di Manduria recebeu o status Denominação de Origem Controlada (DOC) em 1974 e é conhecido como um vinho intenso, com aroma de fruta vermelha. Seguido a tradição italiana, o vinho passa por um período em barrica de carvalho velha, com muitos anos de usos e muito grande - com capacidade de cerca de 30 mil litros -, apenas em descano, para que a madeira não apareça no sabor do vinho. A tradição italiana dá preferência ao sabor da uva e do vinho, não da madeira da barrica.
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