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Masterclass Vinífera apresenta Chianti, mais que um vinho, uma DOCG pulsante da Toscana, o coração da Itália

A experiência realizada na Casa do Comércio, apresentou o vinho mais icônico da Toscana, que tem fama na região desde antes do século XIII, cuja a Denominação de Origem tem história desde a metade do Século XVII e está entre as primeiras do mundo.
 
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Masterclass Vinífera apresenta Chianti.
Por: Miguel Brusell
Imagens: Gabriela Simões
 
O Masterclass Vinífera na Taça teve a condução da sommelier e educadora Esmeralda Stallone, as participações do embaixador da Vinífera na Bahia, Luciano Brandão, e do CEO, Marco Stallone, grande conhecedor da história e dos terroirs italianos. Mas, para entender sobre o que estou falando, é preciso virar a chave. Trocar a perspectiva sobre vinho a que estamos acostumados. Como parte das américas, a nossa cultura de valorizar o vinho é através das uvas. Desta maneira, é bem mais fácil para o marketing americano vender o “produto”. Valorizamos e conhecemos bem mais as castas francesas como a Cabernet Sauvignon, Malbec, Marlot, Syrah, Carmenere, Tanath, Pinot Noir, para os tintos; Sauvignon Blanc, Chardonay e Riesling para os brancos.


 
Na nossa cultura, o país onde são cultivadas as uvas são mais importantes que as regiões, quando já é famoso pela boa produção de uma determinada variedade, como a Argentina com o Malbec, o Uruguai com o Tanath, o Chile com o Carménère e o Brasil com a Syrah. Na cultura europeia de valorização dos vinhos, a região onde ele é produzido é muito mais importante do que a espécie da uva com que é produzido.

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Mais de sete mil vinhedos da Toscana produzem o Chianti.
Na maioria dos rótulos, é comum nem aparecer a uva que, geralmente, é um blend ou mistura de variedades e formas de fazer o vinho. As uvas, também, não são aquelas mais conhecidas deste lado do mundo. Geralmente são uvas autóctones que são encontradas, apenas, naquela região. Existem cerca de 400 variedades de uvas viníferas na Itália oficialmente reconhecidas, mas estima-se que possam existir mais de 2 mil variedades diferentes em todo o país. Essa diversidade é uma das características que tornam os vinhos italianos únicos.

O Chianti é produzido com cerca de 80% de uvas Sangiovese e o restante de Canaiolo, ambas tintas. Mais de sete mil vinhedos espalhados pelas Províncias de Florença, Siena, Arezzo, Pistoia e Prato fazem parte dessa Denominação de Origem. Alguns deles são produzidos sob Denominazione d'Origine Controlatta e Garantita (DOCG), que é uma graduação italiana, no topo da DOC internacional.

 
A origem dessa DOC remete a uma hitória de meados do século XVII que envolve o Galo Preto do gargalo da garrafa, que marcam os vinhos Chianti. Segundo a história, por séculos, disputas quanto à extensão territorial envolvendo as cidades de Siena e Firenze (Florença) alcançaram também a denominação dos vinhos Chianti. A fim de resolver essa questão, foi proposta a realização de uma prova para a delimitação das fronteiras.

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Chianti nasce de uma corrida assim que o galo cantasse.
A prova, uma corrida, envolveria um cavaleiro de cada cidade que deveria sair em direção à outra assim que o galo cantasse na alvorada. A fronteira seria o ponto onde eles se encontrassem. Acertado isso, o povo de Siena elegeu um galo bonito, jovem, bem nutrido para cantar na alvorada enquanto que o povo de Firenze escolheu um galo negro, magro e mal alimentado.
 
O galo de Firenze acordou mais cedo, pois tinha fome, e cantou antes do galo de Siena fazendo com o que o cavaleiro de Firenze tivesse boa vantagem. Essa vantagem fez com que os cavaleiros se encontrassem já bem perto de Siena e, como consequência, a cidade de Firenze conquistou um território maior que a vizinha. Dizem que essa disputa também levou para Firenze a exclusividade do nome Chianti que é representada nas garrafas por um galo negro.


 
Além de quatro vinhos Chianti, experimentamos mais três rótulos da região, mas que não fazem parte da denominação de origem. O primeiro, foi o vinho de entrada Rosso Sangiovese Martoccia di Montalcino 2022, produzido pela vinícola Martoccia. Tem história rica e fascinante desde 1300, este vinho é um verdadeiro tesouro da região de Montalcino, na Toscana.

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A vinícola Martoccia é uma das mais antigas da região.
A vinícola Martoccia é uma das mais antigas da região e tem uma longa tradição de produzir vinhos de alta qualidade. O Rosso Sangiovese Martoccia di Montalcino 2022 é feito a partir da uva Sangiovese Grosso, a mesma utilizada para produzir o famoso Brunello di Montalcino. É produzido com técnicas tradicionais, incluindo a fermentação em aço e o amadurecimento em barricas de carvalho.

Neste momento, vale destacar um detalhe. A tradição italiana para o uso da barrica é diferente da cultura americana. Nesta região, são utilizadas barricas de carvalho muito grande com muito vinho e bem menos contato com a madeira. O estágio é, apenas, para o vinho descansar sem absolver as características da madeira, ao contrário da forma americana de produzir. O resultado é um vinho elegante e equilibrado, com notas de cereja e frutos silvestres escuros.

 
Em seguida, iniciamos a degustação dos Chianti, todos da Vinícola Uggiano, com o Poggio Tosco Chianti DOCG 2022. Feito com 90% Sangiovese e 10% Canaiolo e boa capacidade de guarda é um vinho de corpo médio, com notas de frutas vermelhas, especiarias, harmonioso, equilibrado. O segundo foi o Poggio Tosco Chianti Clássico DOCG 2021 que é mais encorpado e aromático, também com ótimo potencial de guarda.

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 Provamos um tesouro da Uggiano, o Paxus Ghibello.
O terceiro foi o Poggio Tosco Chianti Riserva DOCG 2021 que é um vinho envelhecido por um período mais longo, o que lhe confere um sabor mais complexo e aveludado, corpo médio, com notas de frutas vermelhas, especiarias. O quarto foi o Poggio Tosco Chianti Clássico Riserva DOCG 2019. Um vinho produzido com técnicas tradicionais, incluindo a fermentação em tanques de aço inox e o amadurecimento em barricas de carvalho. O resultado é um vinho elegante e equilibrado, com notas de cereja preta azeda, frutos silvestres e violeta, acompanhados por nuances de baunilha.
 
Após a série de Chiantis, provamos outros tesouros da Uggiano, o Paxus Ghibello Governo all’Uso Toscano IGT, um "Passito" feito a partir de uvas Sangiovese, utilizando o método tradicional que envolve a adição de uvas secas ao vinho fresco, o que promove uma segunda fermentação e resulta em um vinho mais concentrado e complexo, com notas de frutas vermelhas, especiarias. O Ghibello no rótulo é mais uma longa história de batalha contra os Guelfos, no século XIII, mas que merecem um capitulo a parte. Em breve retornaremos a este assunto, prometo.


O último da noite foi o Vino Nobile di Montepulciano Riserva DOCG da Vinícola Riello Delle Balze, com 72 meses de maturação, feito a partir de uvas Sangiovese, pertencentes principalmente ao biótipo conhecido como Prugnolo Gentile, e pode incluir outras variedades de uvas pretas e brancas em até 30%. Um vinho com estrutura tânica que vai da média à forte, o que o torna particularmente persistente. Os melhores exemplos devem ter idade de 8-15 anos, enquanto Reservas podem durar mais de duas décadas.

É ideal para acompanhar pratos de carnes, massas e queijos, e é recomendado abrir a garrafa pelo menos de meia hora a uma hora antes da degustação. A temperatura de degustação ideal é entre 18-20 °C.

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Masterclass Vinífera apresenta Chianti, uma DOCG pulsante da Toscana, o coração da Itália.


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